Nesta quinta-feira, 13, completa 40 anos do atentado contra o Papa João Paulo II. Nesta mesma data, em 1981, o Pontífice se dirigiu à Praça São Pedro para a audiência geral, como de costume nas quartas-feiras.
Em pé, no papamóvel, o Santo Padre percorria a Praça. O local contava no dia com a presença de 40 mil fiéis. Pouco depois foram ouvidos disparos.
O Pontífice prostrou-se entre os braços do secretário e amigo, Dom Stanislaw Dziwisz, soltando um gemido de dor. A sua veste branca ficou manchada de vermelho à altura do abdômen.
Segundo o livro, ‘Uma vida com Karol’, o autor do atentado, Mehmet Ali Agca, jovem turco de 23 anos de idade, disparou a bala a uma distância de três metros para matar.
Papa João Paulo II foi submetido a uma delicada cirurgia de mais de 5 horas. Foi retirado 55 centímetros de seu intestino.
Infecção
Em 20 de junho, 17 dias depois de ter alta, João Paulo II foi internado de novo na mesma clínica de Roma. Foi preciso tratar uma infecção por citomegalovírus, resultante da operação anterior.
Foram dois tiros. Um dos projéteis atingiu o Pontífice no cotovelo direito, o outro no indicador esquerdo do Papa penetrando-lhe em seguida no abdômen.
As imagens do Santo Padre, após ser ferido, foram transmitidas pelas estações de televisão do mundo inteiro.
Recordação do Papa Francisco
Durante sua saudação, após a Catequese desta quarta-feira, 12, o Papa Francisco recordou “o 40º aniversário do atentado a São João Paulo II”.
“Ele sublinhou com convicção que devia a sua vida à Senhora de Fátima. Este acontecimento nos dá a consciência de que a nossa vida e a história do mundo estão nas mãos de Deus”, disse Francisco.
Atirador
Agca passou 19 anos numa prisão italiana pelo atentado, antes de receber o perdão por iniciativa do Papa em 2000.
O atirador foi extraditado para a Turquia para cumprir uma condenação por vários crimes, entre eles o assassinato de um jornalista em 1979.
No dia 27 de dezembro de 2014, Mehmet Ali Agca visitou a Basílica de São Pedro. Na ocasião, o turco depositou dois maços de rosas brancas na capela onde se encontra o túmulo de São João Paulo II.
A data escolhida para visitar o local foi a mesma que Agca recebeu a visita do Papa Wojtyla na prisão de Rebibbia, em 1983. Na ocasião, ele recebeu o perdão de João Paulo II.
Ağca pôde entrar na Basílica sem nenhum problema, pois não tinha qualquer pendência judiciária com o Vaticano. Já a situação não foi a mesma para o Estado italiano.
Ele entrou no país sem o visto obrigatório e foi detido em uma delegacia de polícia nos arredores do Vaticano, de onde recebeu a ordem de expulsão.
Visita à Fátima
O atentado aconteceu no mesmo dia em que, em 1917, Nossa Senhora de Fátima fez sua primeira aparição aos três pastorinhos.
Depois de 1 ano, em 13 de maio de 1982, já recuperado, João Paulo II visitou pela primeira vez o Santuário de Nossa Senhora de Fátima para agradecer à Virgem por tê-lo salvo.
O Santo Padre ofereceu uma das balas que o atingiu ao Santuário. Essa bala foi posteriormente colocada na coroa da Virgem, onde permanece até hoje.
FONTE
https://noticias.cancaonova.com/